sexta-feira, 1 de julho de 2011

Assembléia de Deus - 100 anos de Brasil.








A Assembléia de Deus é uma denominação evangélica, sendo a maior do Brasil no ramo pentecostal e uma das maiores no mundo.
A Assembléia de Deus chegou ao Brasil por intermédio dos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, que aportaram em Belém, capital do Estado do Pará, em 19 de novembro de 1910, vindos dos Estados Unidos. A princípio, freqüentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos. Eles traziam a doutrina do batismo no Espírito Santo, com a glossolalia — o falar em línguas espirituais (estranhas) — como a evidência inicial da manifestação para os adeptos do movimento. A manifestação do fenômeno já vinha ocorrendo em várias reuniões de oração nos Estados Unidos (e também de forma isolada em outros países), principalmente naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu apogeu inicial através de um de seus principais discípulos, um pastor leigo negro, chamado William Joseph Seymour, na rua Azusa, Los Angeles, em 1906.

A nova doutrina trouxe muita divergência. Enquanto um grupo aderiu, outro rejeitou. Assim, em duas assembléias distintas, conforme relatam as atas das sessões, os adeptos do pentecostalismo foram desligados e, em 18 de junho de 1911, juntamente com os missionários estrangeiros, fundaram uma nova igreja e adotaram o nome de Missão de Fé Apostólica, que já era empregado pelo movimento de Los Angeles, mas sem qualquer vínculo administrativo com William Joseph Seymour. A partir de então, passaram a reunir-se na casa de Celina de Albuquerque. Mais tarde, em 18 de janeiro de 1918 a nova igreja, por sugestão de Gunnar Vingren, passou a chamar-se Assembléia de Deus, em virtude da fundação das Assembléias de Deus nos Estados Unidos, em 1914, em Hot Springs, Arkansas, mas, outra vez, sem qualquer ligação institucional entre ambas as igrejas.

A Assembléia de Deus no Brasil expandiu-se pelo estado do Pará, alcançaram o Amazonas, propagou-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população. Chegaram ao Sudeste pelos idos de 1922, através de famílias de retirantes do Pará, que se portavam como instrumentos voluntários para estabelecer a nova denominação aonde quer que chegassem. Nesse ano, a igreja teve início no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém, em 1924, para a então capital da República. Um fato que marcou a igreja naquele período foi a conversão de Paulo Leivas Macalão, filho de um general, através de um folheto evangelístico. Foi ele o precursor do assim conhecido Ministério de Madureira.

A influência sueca teve forte peso na formação assembleiana brasileira, em razão da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava, principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a nova Igreja. Desde 1930, quando se realizou um concílio da igreja na cidade de Natal, a Assembléia de Deus no Brasil passou a ter autonomia interna, sendo administradas exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem contudo perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja passou a ter maior colaboração das Assembléias de Deus dos Estados Unidos através dos missionários enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais direta com a estruturação teológica da denominação. Vale lembrar da ajuda, metodista aos nossos irmãos suecos.

As Assembléias de Deus brasileiras estão organizadas em forma de árvore, onde cada Ministério é constituído pela igreja-sede com suas respectivas filiadas, congregações e pontos de pregação (subcongregações). O sistema de administração é um misto entre o sistema episcopal e o sistema congregacional, onde os assuntos são previamente tratados pelo ministério, com forte influência da liderança pastoral, e depois são levados às assembléias para serem referendados. As igrejas são ligadas a  Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB).

A Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB) possui sede no Rio de Janeiro, esta se considera o tronco da denominação por ser a entidade que desde o princípio deu corpo organizacional à igreja. A CGADB hoje conta com cerca de 3,5 milhões de membros em todo o Brasil (dados do Iser) e centenas de missionários espalhados pelo mundo.

A CGADB é constituída por várias convenções estaduais e regionais, além de vários ministérios. No estado do Tocantins, fica a sede da CIADSETA-Convenção Interestadual das Igrejas Assembleia de Deus- Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia.

Nossa Convenção


O COMEÇO...

Fruto do glorioso Movimento Pentecostal que conquistou o Brasil, a partir de 1910, quando espraiou-se pelo Norte e as raízes se estendeu pelo solo brasileiro, o Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia - SETA, veio a existir no dia 25 de Abril de 1948, quando Deus levantou um homem por nome Armando Chaves Cohen, e mostrou-lhe a necessidade de um Serviço de Evangelização para alcançar as cidades que ficavam às margens dos rios Tocantins e Araguaia.
O livro " Minha Vida - Autobiografia de Armando Chaves Cohen", registra que no mês de junho do ano de 1952, por ocasião da Convenção Estadual do Pará, em Belém, o Pr. Armando Chaves Cohen, em plenário, contou aos convencionais o que Deus lhe revelara acerca da Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia, e assim que concluiu o relatório, por unanimidade, os convencionais aprovaram a criação do Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia, designando-o para dirigi-lo, o que resultou no seu retorno para Carolina-MA, para assumir o pastorado da Igreja que ficaria como a sede deste Serviço. Coube a esse honrado Pastor, a tarefa de implantar o Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia (SETA).

A VIAGEM PARA IMPLANTAÇÃO DO SETA

No dia 12 de dezembro de 1952, Pr. Cohen e mais quatro filhos: Walmir, Jacob, Jaime e Samuel, juntamente com o Evangelista Jairo Saldanha de Oliveira, partiram de Belém-PA, em um motor de linha com destino a Marabá-PA, onde se encontrariam com o Missionário Carlos Hultgren, e receberiam o casco que tinham mandado confeccionar, e já estava pronto para o motor de centro com 15 HP (ambos pagos com doações dos irmãos americanos), a ser utilizado no trabalho dinâmico de evangelização.
No dia 14 de dezembro do mesmo ano, um domingo, Pr. Cohen em acordo com o Pr. Malaquias Furtado, pastor em Marabá-PA, procederam a inauguração do motor, que à essa altura estava todo aparelhado, inclusive com toda bagagem de mudança para Carolina-MA, a bordo. A inauguração foi a tarde, em um culto realizado na praia, em frente a cidade de Marabá-PA, onde diante de toda a Igreja reunida, dedicaram ao Senhor, aquele motor, com o nome de "Evangelista I", e estabeleceram o Serviço que tomou a sigla S.E.T.A - Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia.

O PREÇO A PAGAR

Como toda obra evangelística requer um sacrifício e há um preço a pagar, assim também a criação do SETA teve o seu preço. O Pr. Cohen conta que no dia 15 de dezembro de 1952, ele, seus 04 (quatro) filhos, o Ev. Jairo Saldanha de Oliveira, o Missionário Carlos Hultgren, o Pb. Daniel Gomes da Silva, o motorista Raimundo Luz, e o piloto que não era crente, despediram-se dos irmãos em Marabá-PA. "Em meio à acenos de adeus e ao som do corinho: 'Corre meu barco, não queiras parar', rumaram com destino à Carolina-MA".
Após tudo ter corrido bem durante as três primeiras horas de viagem, quando subiam o rio Tocantins, precisamente dentro da cachoeira "Mãe Maria", veio o inesperado: "O piloto ia sempre aproveitando a "sombra" das pedras, devido ao remanso, para poder adiantar a viagem. Mas, ao escalar uma pedra que é conhecida como "Pedra do Padeiro", o motor levou um tapa na proa, causado pelo fio veloz e forte de uma correnteza, e não agüentou, adernando muito para a direita, enchendo de água. Não houve jeito; estavam naufragando e perdendo tudo que levavam: as bagagens, os pertences do motor e do Serviço de Evangelização. Justamente para o lado que o motor adernou, estava o Jaime dormindo sobre a mala. Jaime, um menino forte, cheio de vida, com nove anos de idade, foi o holocausto que Deus tomou para si, como oferta à grande obra de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia (SETA)," relata o Fundador.

CAROLINA-MARANHÃO (PRIMEIRA SEDE DA CONVENÇÃO)

Em 1953, enviado pela Convenção Estadual do Pará, o Pr. Cohen chega à Carolina-MA, que passa a ser a sede do Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia.Pr. Cohen assume a presidência da Igreja, em substituição ao Pr. Antonio Pereira Rêgo, transferido para Grajaú-MA.
Auxiliado pelo Ev. Jairo Saldanha de Oliveira, Pr. Cohen evangeliza primeiramente a cidade, visitando casa por casa. Os cultos no templo passaram a ser concorridos e muitas almas aceitaram a Jesus. Houve ainda durante o ano de 1953, um grande avivamento, curas e batismos no Espírito Santo. Com esse entusiasmo, foram abertos os trabalhos no sertão e em muitos lugares e, como resultado, muitas pessoas aceitaram a Jesus como Salvador.

A PRIMEIRA CONVENÇÃO

No mês de julho de 1953, foi realizada a primeira Convenção Regional do Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia (SETA), na cidade de Carolina-MA, com a presença de todos os obreiros que já cooperavam na Região, como o Presbítero Daniel Gomes da Silva e o Missionário Carlos Hultgren (ambos de Belém-PA). O Pr. Francisco Pereira do Nascimento foi eleito primeiro Presidente do SETA.
Dentre os muitos assuntos tratados nesta Convenção, tornou-se conhecida a área que compreendia o SETA, a saber: 1) Todas as cidades ribeirinhas do rio Tocantins, a partir da confluência deste com o rio Araguaia, em ambas as margens, até a cidade de Porto Nacional (na época Goiás), onde já trabalhava o Evangelista Abel Gomes da Rocha; 2) Todas as cidades ribeirinhas do rio Araguaia, desde a confluência dos rios, até onde fosse possível alcançar; 3) As áreas respectivas onde estão sediadas estas cidades, inclusive o sertão onde não havia outra Assembléia de Deus.
As Igrejas do SETA naquela época, eram: Carolina-MA, Porto Nacional-GO, Tocantinópolis-GO e Imperatriz-MA, (todas às margens do rio Tocantins); Araguaina (no sertão goiano); Sucupira do Norte, Grajaú, Amarante e São Pedro dos Crentes (no sertão maranhense), portanto, nove (09) Igrejas ao todo.

O TRABALHO DOS PIONEIROS

Reconhecendo que os pontos de partida para as grandes vitórias são a obediência e o temor a Deus, a fé e a perseverança na caminhada, assim procedeu o Pr. Cohen e os demais obreiros integrados ao Serviço de Evangelização. Enfrentaram lutas, mas venceram sempre com o firme propósito de fazer tudo para a honra e a glória de Deus, e em razão da fidelidade, do compromisso e da dedicação sem reservas destes abnegados pioneiros, a obra prosseguiu em ritmo forte.
No ano de 1954, estando o trabalho florescente em toda a região, e não havendo condições de atendê-los sem uma embarcação própria, Pr. Cohen, com recursos oriundos da Igreja-Mãe em Belém-PA, mandou confeccionar um outro casco, e por conseguinte, adquiriu um motor de popa, marca "Arquimedes", de 12 HP, passando a chamá-lo de "Evangelista II". Todos foram contagiados de alegria e, em gratidão a Deus, foi realizado um culto de ação de graças, pela benção alcançada.
Com a aquisição do "Evangelista II" e a chegada do casal de missionários Normando Anderson e esposa, vindos da América do Norte para Carolina-MA, dispostos a enfrentar o sertão e a região ribeirinha dos dois grandes rios, aconteceram visitas aos lugares mais distantes, e como resultado, foram implantadas mais 14 (quatorze) Igrejas durante aquele ano, como seguem: Panela de Ferro, Piriá, Babaçulândia e Itaguatins (cachoeira de Santo Antônio), em Goiás; Clementino (garimpo) e Paraíso no Maranhão, todos no rio Tocantins; Xambioá (garimpo) e Santa Maria, em Goiás; Conceição do Araguaia, no Pará; São Félix do Araguaia, em Mato Grosso, todas no rio Araguaia; São Domingos do Azeitão, São Raimundo das Mangabeiras, Montes Altos e Santo Antônio das Balsas, no sertão maranhense.

A SEGUNDA CONVENÇÃO DO SETA

No período de 21 a 27 de julho de 1954, realizou-se a Segunda Convenção Regional do Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia (SETA), com a presença do Pastor Francisco Pereira do Nascimento, Missionário Carlos Hultgren (Belém-PA), Missionário Normando Anderson (América do Norte), demais Pastores e Evangelistas, Presbíteros e Diáconos da região. Na ocasião, o Pr. Francisco Pereira foi eleito Presidente do SETA, pela segunda vez consecutiva; foram ministrados estudos bíblicos.
A convenção reconheceu a implantação das 14 (quatorze) novas Igrejas na região, e foram separados a Evangelista, os seguinte obreiros:
- Severo Bispo da Silveira, para Araguaína-GO,
- Marino Rosa Moreira, para Porto Franco-MA,
- Carlos Teles, para Santo Antônio das Balsas-MA,
- Francisco Bueno de Freitas, para Xambioá-GO.
Foram designados como dirigentes de congregação, os irmãos:
- João Rocha, para Panela de Ferro-GO,
- Abner de Tal, para Piriá-GO,
- Antônio da Silveira, para Itaguatins-GO,
- Luiz de Tal, para Clementino-MA,
- Luiz Monteiro, para Paraíso-MA,
- Joaquim Pereira, para Santa Maria-GO,
- Artur de Tal, para Conceição do Araguaia-PA,
- José Gomes, para São Raimundo das Mangabeiras-MA,
- Cândido Sá e Souza, para Montes Altos-MA.
Ainda foram ordenados a Pastor, os obreiros:
- Pb. Luiz de França Moreira, para servir em Amarante do Maranhão-MA,
- Ev. Paulo Pereira Rêgo, para servir em Babaçulândia-GO,
- Ev. Antônio Pereira Rêgo, para continuar servindo em Grajaú-MA.



Referências

1. http://www.cpad.com.br
2. http://www.ciadseta.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário